Sugestões alheias…

Há momentos na vida em que podem surgir-nos muitas dúvidas sobre o que devemos fazer ou decidir em determinadas situações. Quanto mais pensamos mais dúvidas temos.

Nesses momentos, podemos ter a tendência de pedir o conselho de alguém sobre o que fazer. Depois recebemos respostas... "eu acho que deves fazer assim...", "eu faria assim..."

Também eu, durante muito tempo, quando me sentia insegura para tomar uma decisão (o que acontecia com frequência…), dava voltas e mais voltas à cabeça, e perguntava a muitas pessoas o que devia fazer.

Muitas das vezes acabava por fazer o que não queria. Ou então não fazia o que queria. E, na realidade, nem sempre sabia o que queria. Ou não o conseguia assumir.

Consequências? Sentimentos de Insatisfação, Frustração e Incapacidade. Raiva, Confusão mental.

Na verdade, ao seguir as sugestões alheias como diretrizes para as nossas escolhas estamos, na maioria das vezes, a seguir um caminho criado segundo a experiência do outro. Ou seja, estamos a seguir a opinião de outro de acordo com o seu olhar, de acordo com o filtro das suas experiências e crenças (muitas vezes bem limitantes!).

Por experiências e aprendizagens adquiridas ao longo dos anos, eu própria mudei esse comportamento. Aprendi como parar o pensamento compulsivo, como fazer um intervalo na mente, e como dissipar ansiedade de modo a não me precipitar a pedir opiniões a qualquer um.

Aprendi a sentir primeiro o que quero.

A aceitar a minha vontade tal como ela vem de dentro de mim.

Aprendi a escutar-me (a isso chama-se ouvir o coração), e a respeitar-me.

Não se trata de uma versão romanceada da realidade. Trata-se, na verdade, de deixar fluir a sabedoria interna, de não a obstruir, e de a acatar com o peito aberto.

É algo que se aprende a fazer à medida que a idade nos vai ensinando que a primeira pessoa a respeitar somos nós próprios e as nossas escolhas.

Só seguindo a nossa verdade nos sentiremos coerentes com a vida.

O tempo traz sempre novos rumos e novas oportunidades para, em cada momento, relançarmos um novo olhar sobre as escolhas que fizemos.

A vida traz um campo de possibilidades por onde podemos circular com confiança e sem medo.

Assim transformamos, criamos, crescemos, aprendemos, evoluímos.

Assim caminhamos pela vida.

Tudo fica muito mais fácil quando temos coragem de assumir quem somos e de fazer as nossas reais escolhas.