O “ninho vazio”
Há uma altura na vida em que os ciclos começam a fechar. O momento em que os filhos saem de casa é um deles.
São anos com a “casa cheia”. São muitos ralhetes por desarrumar o quarto. Por chegar fora de horas. Para estudar e fazer os deveres. Para não sujar tanto a roupa. Para largar o telemóvel. Para ter maneiras. Para pôr a música mais baixo.
E de repente… o quarto está sempre arrumado. A musica não se ouve. Não há roupa imunda. Não se ouvem vozes na casa… eles partiram. Voaram.
Não é este um ciclo que faz parte da vida? Não é este um momento de alegria pois que os nossos meninos ganharam asas e voaram? Não é esse o circuito natural em que eles vão seguir o seu próprio caminho? É…!
A questão é que muitos pais – mas falo especialmente das mães – ficam sem chão. Sem motivação. Sem objetivos. Porque “eles” eram o motor único das suas vidas. Foram anos a adiar viagens, a adiar projetos, a olhar para eles. Foram anos a não SE olharem em prol deles. E agora não sabem viver sem eles. Pior… não sabem viver.
É importante que haja uma mudança na direção desse olhar. Que tenhamos a nossa quota de responsabilidade até que eles ganhem força nas pernas para seguir o seu caminho. Mas que nos permitamos preservar forças para renovar o nosso caminho, sentindo-nos gratificadas por termos feito o devido. É tempo de retomar projetos antigos, viagens adiadas, ou para dar uma nova cor ao amor.
Agora é a nossa vez. Sem depressão. Sem solidão. Sem sindroma de “ninho vazio”.
Se sentes estes sintomas procura algum apoio. Há muitas formas de obteres suporte para continuares o teu caminho sem eles. Um círculo de partilha poderia ser um começo para aprenderes a voltar a andar por ti, para ti, em ti.