O caminho dos idosos

Não conheço bem o que são os lares de idosos que temos no nosso país. Mas tive recentemente conhecimento de vários casos em que, ao fim de um, dois, três meses, as pessoas simplesmente “partiram”.

Por vezes há problemas de saúde que se arrastam e é expectável que o fim chegue. Mas em outros casos vem-me a sensação de que as pessoas simplesmente desistiram de continuar. Deixaram-se morrer internamente. Abriram o caminho para que a morte se materializasse levando também o corpo. E dando o caminho por findo.

A idade traz consigo o desgaste. O desgaste traz consigo os limites. Os limites levam ao fim de um ciclo de vida. Essa é a lei natural. Mas acredito cada vez mais que essa lei está encurtada nos nossos dias.

Acredito que a saúde, a alegria, a partilha, o cuidado, o amor, o amparo, o movimento, a informação, podem trazer um caminho mais focado no bem estar. Na vontade de viver e na coragem para superar desafios, e a não cair por terra perante os desígnios de dor que surgem na vida.

Essa postura parte de cada um de nós. Para que nos tornemos anciãos com mais vontade de prolongar o caminho em condições de saúde e dignidade.

Ser idoso pode ser uma condição de dignidade, respeito, sabedoria e até vitalidade. Tudo depende como fazemos o caminho até lá chegar.

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