E depois dos 50?

Muitas vezes ouço pessoas que dizem sentir-se inseguras em fazer mudanças na vida pessoal, ou mesmo profissional, depois dos 40 ou 50 anos, pois acham que já passou da hora.

No meu caso, foram precisamente as escolhas tomadas nessa fase que mudaram toda a minha vida. Foram elas que me permitiram tornar realidade muitos dos meus sonhos. Rompi com muitas das velhas crenças e iniciei um percurso gradual de mudanças. Nesse processo mudei-me para o campo e ganhei a Natureza por companhia.

Rodeei-me de condições que me permitiram muita introspeção, meditação, sossego. Passei a dar mais atenção às minhas emoções, e a valorizar pequenas coisas que até então não valorizava. Comecei a aprofundar áreas de estudo que tinham ficado para trás intensifiquei as áreas do autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

A dada altura percebi que me estava a transformar aos poucos, sem quase ter dado conta.

Tinha chegado a uma nova fase da vida, em que muito do que importava antes já não importava mais. Não porque tivesse chegado ao "fim da linha", mas porque tinha integrado um outro patamar, uma outra linha com outros vetores.

Comecei a sentir que eu não era mais a jovenzinha de antes mas que, na realidade também já não queria sê-lo.

Pensei em todas as jovenzinhas de várias idades que eu própria tinha sido um dia, e em como elas contribuíram para me abastecer de experiências até chegar aos dias de hoje. Senti-me tal como há dias uma amiga minha me escreveu: "não sou diferente daquela de 20, 30 ou 40 anos, sou a soma de todas elas, reconhecida em Amor" (achei lindo!).

Então dei-me conta de que eu me tinha tornado, não a "mulher de juventude perdida a caminho da velhice", mas a mulher inteira, com outra forma de sentir, pensar e estar na vida.

Tornei-me menos importada com o que os outros pensam, mais corajosa em assumir as minhas convicções, baseadas na minha experiência e nas minhas aprendizagens. Aprendi a dizer não, a respeitar os meus ritmos e as minhas vontades.

Fui-me dando conta de quanto isso era bom. Quando me senti nesse lugar de aceitação, abriu-se em mim um espaço de conforto muito grande.

Quando olho para trás vejo o quanto a minha vida se transformou.

Então, se precisar de um testemunho acerca do quanto nos podemos descobrir e transformar na idade madura da vida, tome o meu. Tenho muitas histórias para contar.

A idade não é limite. É mais valia!

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